Foi galo: o penálti era para César

ANA PROENÇA

Ele há galos e galos. E o de Bruno César, anteontem, frente ao Sporting de Braga, foi dos dois géneros, sem de que animal se tratasse. O Chuta-Chuta ficou com um galo na cabeça na sequência da falta para penálti cometida por Elderson: um toque com a cabeça seguido de safanão com o braço, que deixaram o jogador benfiquista estatelado no relvado. E houve outro galo: é que era o brasileiro que estava previsto marcar as grandes penalidades caso Óscar Cardozo já não estivesse em campo, como sucedeu, mas acabou ultrapassado por Axel Witsel.
Sem Aimar nem Saviola a jogar, seria Bruno César o segundo da hierarquia para a conversão de penáltis. Mas o camisola oito estava deitado no chão, com um saco de gelo na cabeça, a ser assistido pelos médicos do clube e... teve de passar a responsabilidade.
A cena foi curiosa, pois Cardozo, substituído aos 64 minutos por Nélson Oliveira, assim que se apercebeu da situação, saltou do banco de suplentes, pondo-se a gritar para Nélson Oliveira que tinha, entretanto, a bola na mão. O Tacuara quis transmitir que era Witsel que devia marcar, de acordo com a hierarquia previamente estabelecida por Jorge Jesus. Até o formato do cabelo do belga o paraguaio desenhou com as mãos. Witsel era, referia-se, o marcador de penáltis no Standard Liège (ver caixa nesta página), sua anterior equipa, e é-o também na seleção da Bélgica. E marcou da melhor forma.
Quanto a Bruno César, ficou com um galo na cabeça, mas viu a falta de sorte compensada no tempo de descontos: marcou, com um tiro rasteiro na área, o golo da vitória, que fez explodir o Estádio da Luz. Há muito que o Chuta-Chuta desejava marcar em casa, algo que só ainda tinha feito duas vezes. Dois do total de oito golos só frente ao Feirense e à Académica foram na Luz, algo que o jogador considera importante para merecer a confiança dos adeptos. De Jesus já a tem, como o próprio treinador lhe fez questão de transmitir no final do encontro.

(Fonte e texto: OJOGO - Online)